segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Casamento - Sandy e Lucas Lima


No começo da noite de 12 de setembro nós não tínhamos nada. Nem a absoluta certeza de que a festa do casamento dela seria realmente naquela dia (tivemos um desencontro de informações, que graças à Deus foi contornado!). E no começo da noite, o que nos fez sair de casa, “dar a cara à tapa” e tentar alguma coisa foi justamente isso. O que teríamos a perder? Então concluímos... nada! A ganhar, pelo menos a experiência. E, claro, takes inusitados da Câmera 2 superpotente.
Acabamos batendo o martelo de que iríamos “em busca do casamento quase perdido” meio tarde. Acho que por causa do tal medo do desperdício mesmo. Mas nada é desperdício, desde que se aproveite cada minuto... e foi o que fizemos!
Desde as corridas desesperadas pela cidade, encontrando um por um para chegarmos ao condomínio, até o momento da chegada, foi aquela pura tensão. E as ligações com as informações que precisávamos? Quase fomos para o condomínio errado... Mas fizemos o caminho certo. Começamos as filmagens já no caminho, mostrando que até a mais simples pauta pode ter alterações. Tínhamos um endereço em mente, mas ficamos sabendo no caminho que o endereço do casamento era outro.
Nosso destino, um bairro nobre de Campinas, estava mais nobre do que nunca. Mesmo que só por uma noite, e mesmo que ninguém tenha acessado tanta nobreza. O acompanhamento da festa de Sandy e Lucas Lima foi restringido à portaria do condomínio, onde boa parte da imprensa paulista se encontrou (ou melhor, se reencontrou, devido ao fato de as mesmas pessoas sempre se encontrarem em eventos nos quais se reúnem celebridades) e fez plantão pelas fotos desde as 14 horas do dia da festa até a manhã do dia seguinte. O que conseguiram? Fotos dos convidados entrando em seus carrões, além de frases como “não posso mostrar o convite”, “sim, ela está feliz” ou até mesmo “jura que não vai poder entrar com o celular?”. E lá estávamos nós. Três meros estudantes de jornalismo que, ao contrário do que parecia, não eram fãs, não estavam atrás de famosos, não queriam apreciar o movimento... estavam atrás de quem corre atrás dos famosos!

Logo que descemos do carro, o interessante foi observar a quantidade de carros demarcados como veículos de imprensa. Jornais impressos de Campinas e de São Paulo, canais de televisão da Capital, sites da internet, revistas de celebridade... era algo que nunca tínhamos visto pela cidade. Sabíamos que isso era comum em São Paulo e no Rio, mas para Campinas ainda era algo estranho. E naqueles carros, pessoas conversando, dormindo nos bancos abaixados, comendo e bebendo alguma coisa... eram os que estavam cansando. Pouco a pouco víamos aqueles “guerreiros” desistindo, e ao irem embora, encontramos até companheiros de faculdade!
Quando estávamos na porta do condomínio, não fomos parados por ninguém. Em meio à fotógrafos e fãs enlouquecidos, era meio óbvio que seríamos caracterizados como fãs. Eram três jovens, com uma câmera na mão, e... peraí, câmera? Isso! Câmera! A partir do momento em que ligamos a câmera e que, aos poucos, foram reparando que nosso foco não era os noivos, nem convidados, fomos notados.

Fizemos imagens dos carros na entrada, das pessoas, da movimentação dos fotógrafos e, sem nenhuma intenção além de simplesmente buscar takes para nosso making of, filmamos uma roda formada pelos colegas da imprensa paulistana. Como disse anteriormente, são pessoas que sempre se encontram em eventos nas capitais paulista e carioca, e, por isso, são amigos. Falam de tudo... e de todos. Nas palavras de uma jornalista presente, “não que falamos mal, mas falamos coisas entre nós que não gostamos que fossem ouvidas por ninguém”. É claro que não sabíamos disso, até porque nossa intenção não era prejudicar ninguém, mas quando se juntaram para conversar e nós ligamos a câmera (ainda despercebidos), capturamos imagens de uma conversa onde os colegas da imprensa “homenageavam” atores, atrizes, outros colegas de trabalho...
Quando terminamos o take, fomos “gentilmente” perguntados sobre quem éramos e o que estávamos fazendo ali. De repente, os “fãs” que nem fãs eram tornaram-se uma ameaça. Após dizermos que estávamos produzindo um documentário, pediram para ver nossas imagens. Aí foi o primeiro erro: mostrar. Claro, nós tínhamos a ingenuidade e a inexperiência em situações como essa e não tínhamos nada a temer. Mostramos.
“Aaah, Fulana de Tal, dá aqui uma olhada! Dá pra ver a gente falando mal do Sicrano!”. Nesse momento, pediram, mais uma vez “gentilmente”, para que apagássemos o take. Porém, a mídia utilizada na câmera não deixava a possibilidade de apagar o conteúdo. Éramos 3, contra um batalhão de aproximadamente 30 jornalistas e com uma câmera que não era nossa. Não adiantava trapacear, estavam de olho. Já não éramos mais os “fãs inocentes”. Mas ainda éramos inocentes a ponto de deixar transparecer a honestidade. Ou éramos honestos, ou saíamos com prejuízos maiores do que uma câmera de 2.000 reais.

Mostramos então que não podíamos apagar o take. Em meio à cara de espanto de uma jornalista, aquela mesma que avisou a Fulana de Tal que o Sicrano, a jornalista enfurecida usou da sua “gentileza” pela última vez... “Então me dá o CD”...
Mas como?! E o nosso material que já havia sido gravado? Pensamos, conversamos, e o melhor a fazer era quebrar o CD. Já que não podíamos ter o material, então eles também não poderiam. Quebramos, cortei meu dedo, mas ainda assim foi dos males o menor. Não criamos inimizades, não houve conflito, e ainda tínhamos uma mídia virgem para substituir o pobre Mini DVD que havia sido despedaçado.
Fomos reconhecidos pela honestidade. Perdemos o material sim, mas após aquilo ainda continuamos a gravar com a outra mídia. Pegamos takes deles conversando (desta vez, nada de elogios aos colegas de imprensa e aos famosos que não estavam presente), de carros (carros comuns, não de celebridades), entrando e saindo do local...
Ficamos lá até 2 e meia da manhã. De lá fomos para o carro, onde gravamos com a sobrevivente Câmera 2 um “balanço”, em forma de depoimento, dizendo os prós e contras da noite.
O que podemos tirar de conclusão disso? Há uma frase que pode ser utilizada como “lição de moral” desta noite. Pimenta, ou melhor...flash nos olhos dos outros é refresco!

Postado por: Vitor

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